30 novembro 2013

Uma (não) Despedida.


Bom, nos dias em que eu estive internada, a professora de português e redação, pediu um texto de despedida. Acho que é o texto mais clichê do mundo. No ano passado, 8º ano do fund. II, tivemos que escrever um texto sobre o ano em si. Este ano,9º ano, é natural que nos peçam pra dar adeus. Afinal, cada um vai para um lado mesmo, uns vão para ETEC, outros pra Federal, outros ficarão no mesmo lugar, tem gente que vai até parar por aqui. Enfim... Me senti mal por não estar lá quando, segundo me disseram, todos choraram e se despediram de verdade, pois os outros textos nunca tiveram tanto sentimento, era só um balanço anual. Desta vez é pra valer, o ultimo balanço com os mesmos personagens, é a ultima vez que leriamos ele olhando uns aos outros. Então eu decidi fazer a minha despedida, quer dizer, não quero que isso seja doloroso, isso é só uma NÃO despedida, isso é só tipo um balanço, como o que a gente escreveu no ano passado, ok?

Tá, eu não sei como começar, mas começou meio que assim: No ano passado eu tive que mudar de escola, no ano passado eu tive que me despedir, no ano passado eu não escrevi um texto para isso, no ano passado eu escrevi sim, mas guardei pra mim. Eu entrei na nova escola e me lembro como se fosse ontem de ficar sentada, perto da escada, com a minha irmã, esperando a coordenadora que ia nos mostrar aonde era nossas salas. Ela levou primeiro a minha irmã. Eu fiquei ansiosa, querendo ver pelo vidro da porta o que estava acontecendo. Mas logo foi a minha vez. Era aula de Artes. Ela me apresentou e pediu pra mim sentar perto de umas garotas que, segundo ela, eram "boas companhias". Coitada, mal imaginava que elas eram as melhores companhias que eu podia ter naquela escola. Enquanto ia pro meu lugar eu observei cada um daquela sala, a garota do cabelo perfeito, a japinha, a altona... Eu acabei me sentando com a garota alta, Nathalia, pois estava sem a apostila. Assim que a coordenadora saiu da sala, quase todo mundo veio me cumprimentar, perguntar de onde eu era. E Enfim... Foi a melhor recepção que vocês podiam ter me dado. Dali em diante, tudo foi tão bom. Eu conheci gente tão especial da outra sala, comecei a lanchar com 6 meninas que se tornaram as pessoas mais especiais nesses dois anos, aquelas "boas companhias". Nathi, Nic, Isa, Gi, Loren e Di, Confesso que o que eu mais vou sentir falta serão nossas duplas de três, nossos trios de quatro, nossas brigas, nossas brincadeiras, é... eu vou sentir falta de tudo o que vivi com vocês seis.
O fato é que nos últimos dois meses, na época mais nostalgica, eu estive internada. Mas quando eu cheguei na sala, e percebi que realmente todos estavam com saudades, eu me senti tão feliz de ter sido da sala de vocês nesses dois anos. E quando eu recebi a visita de vocês no hospital, e me senti tão especial, saibam que foi um dos poucos dias felizes lá dentro. Até quem não fazia parte da minha "panelinha" foi me ver, sentiu saudade e eu fiquei bem em saber que apesar desses grupinhos, pré determinados, nós somos todos amigos e não apenas "colegas de classe". E foi só "um dos" dias felizes por que houveram mais de um, e eu acho que o dia em que eu mais ri/sorri foi o dia que vocês fizeram pra mim a homenagem (foto). Já disse isso pra vocês, mas eu achei que as enfermeiras iam brigar comigo por rir tanto as 23h, mas de que importava? Eu estava sendo feliz com vocês e por causa de vocês e apesar de eu dizer que a melhor parte, do vídeo dese dia, foi a Gi caindo, na verdade a melhor parte foi que todas participaram e foi por mim e para mim.
Esse ano foi tão diferente, tão único, que pessoas que eu nunca acharia que se tornariam minhas amigas se tornaram. (Sim essa foi uma indireta pra você dona Luciana) Acho que a maioria das pessoas que eu conheço ou vejo nessas pages que eu sigo no facebook, fariam de tudo pra ter uma professora como as minhas, que amam as mesmas coisas que as alunas e que as vezes preferem conversar com a gente do que com outros adultos.
Não achem que vão se livrar de mim tão cedo. Há mais estreias de filmes. Há mais livros pra nós discutirmos, nem que seja por facebook. E bom, a maior parte de vocês tem meu telefone. Me liguem. Nem que seja pra falar alô e desligar. Eu vou sentir falta da voz chata de vocês.
Volto a repetir: Isso não é uma despedida, eu não quero que seja. Não quero ter que dizer adeus quando esse texto acabar, e isso inclui tchau, bye, au revoir, sayõnara. Talvez eu termine isso com um até: até mais, até logo, até um dia, até amanhã. Mas eu ainda não estou pronta pra isso também. Acho que vou enrolar um pouco e terminar no meio de algo, pra que vocês venham conversar comigo e perguntar o que eu ia escrever. Nossa é triste tentar arranjar motivos agora pra ter o que conversar com alguém que a gente viu praticamente todos os dias por quase dois anos. Acho que to quase no fim. Antes queria pedir pra que: se vocês me verem na rua, no mercado, na farmácia, no metrô, no farol, onde for, nem que seja a daqui dez anos... não troquem de calçada, não passem reto, não abaixe a cabeça, não me ignorem, quer dizer, não ignorem esses dois anos que a gente conviveu... me dêem oi, perguntem como estou, eu vou perguntar como está sua vida, se a criança do seu lado é seu filho, e a gente pode bater um papo, ou simplesmente parar por ai, se vocês se esquecerem desse texto, a gente para no oi, não tem problema, mas não joguem fora o tamanho carinho que eu tive por vocês esse tempo todo. Eu adoro vocês e.... até. Até o mercado. Até a calçada. Até o metrô. Até aquele momento em que nossos caminhos vão se cruzar novamente. Até daqui a pouco, se nossos caminhos forem paralelos. Até e não adeus. I will love them for a thousand years <3




4 comentários:

  1. Gostaria de ter muitas alunas como vc! Parabéns pelo excelente texto... Bjs

    ResponderExcluir
  2. Nem sei o que dizer, Ananda. Como sempre, suas palavras são lindas e perfeitas para as situações que você vive ou, no caso, que nós vivemos.

    A forma como deixamos de ser apenas professora e aluna e passamos a ser amigas de verdade é fora do normal e é algo pelo qual eu agradecerei pra sempre. 2013 pode não ter sido o melhor ano da minha vida, mas foi o ano em que você - e as meninas - entraram para ficar na minha história...

    E, ó, lembra do que eu falei: o que é de verdade, o que é pra valer, permanece. Mesmo se as circunstâncias não forem as ideiais...

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. E a gente construiu algo tão verdadeiro nesses dois anos que eu estou certa de que vai permanecer...
      Obrigada por confiar em meras alunas como nós. (:

      Excluir

Diga o que achou deste post (: